Esses dois termos podem gerar uma certa confusão, embora se assemelhem por se tratar de aproveitamento de alimentos, são diferentes um do outro. Mas, afinal, você sabe a diferença entre esses dois assuntos?
Quando você está na cozinha e usa as cascas dos alimentos, seja para fazer um caldo, sopas, geleias; ou mesmo os talos, como em farofas, ou usando-os em uma salada, você está aproveitando integralmente o alimento. O aproveitamento integral dos alimentos, abreviado como AIA, é, portanto, o uso do alimento como um todo, desde sua parte mais apreciada, no caso a polpa, se for uma fruta, ou as folhas, se for uma verdura, até as partes que, possivelmente, iriam para o lixo, como os talos e as cascas, partes essas que podem ter mais nutrientes até mesmo que a parte mais apreciada.
O AIA, hoje em dia, é uma importante maneira de reverter o desperdício de alimentos que, segundo dados levantados pela ONG Banco de Alimentos, em conjunto com a Embrapa, mostram que cerca de 27 milhões de toneladas de alimentos vão para o lixo todos os anos no Brasil. Lembrando que cerca de 33 milhões de brasileiros passam fome todos os dias. Que tal preparar um bolo com as cascas de frutas? Ou uma sopa a partir de um caldo bem saboroso com os talos dos legumes? Assim, ajudando a reverter esse dado alarmante!
Agora, quando você está cozinhando e se depara com aquele excedente do dia anterior, seja de arroz, carnes, pães, e monta uma receita a partir disso, você está fazendo o que chamamos de reaproveitamento dos alimentos. O clássico bolinho de arroz, ou mesmo o pudim de pão, são exemplos de preparações em que podemos fazer a partir do que restou em nossa geladeira.
Dentro do universo do reaproveitamento temos dois conceitos importantes: o da sobra e o do resto. O resto seria aquela preparação já feita, servida e que não foi totalmente consumida. É legal mencionar que o resto, infelizmente, deve ser descartado, pois já foi exposto e o alimento pode já ter sido contaminado por questões, como o tempo de exposição e a temperatura. Já a sobra seria a parte em que foi preparada e exposta, porém não foi servida em um prato ou travessa. Sabe aquela panela enorme de arroz que sobra bastante? É exatamente esse o conceito! A questão principal aqui é: planejamento. Ao nos planejarmos melhor, acabamos fazendo a quantidade correta de alimento, não excedendo ou mesmo faltando. Fica a dica!
Que tal começar a exercitar as habilidades culinárias e usar o alimento como um todo, incluindo os talos, as cascas, as folhas e as sementes.
Lembre-se: se cada um fizer a sua parte, diminuindo o desperdício de alimentos, ajudaremos, principalmente, o meio ambiente, enviando menos gases para a atmosfera, afinal, alimentos descartados no solo aumentam gases do efeito estufa. Vamos fazer nossa parte!
Referências
PERELLA, Camila; BARBOSA, O. Thais. Aproveitamento Integral e Reaproveitamento dos Alimentos: Viabilidade e Aplicabilidade das Iniciativas em Instituições Fornecedoras de Refeições ao Público. Centro Universitário São Camilo. São Paulo, 2018.
ONG Banco de Alimentos mobiliza crianças e jovens no mês que marca o Dia Mundial da Alimentação