Com a flexibilização de medidas da pandemia e a vinda das eleições, pouco se falou sobre o tema fome e a consequência disso foi a drástica redução de doações. Diante dessa situação as organizações estão tendo muitas dificuldades para distribuir alimentos à população de vulneráveis e com isso o aumento da insegurança alimentar cresce e as famílias seguem nas filas em busca de cestas básicas.
De acordo com Gilson Rodrigues, presidente da ONG G10 Favelas, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, a queda nas doações começou com o arrefecimento da pandemia e acelerou nas eleições. “No pico da pandemia, o G10 chegou a entregar 750 cestas básicas por dia, e na semana passada estávamos a seis meses sem entregar nenhuma. Em 2020 eram distribuídas 10 mil marmitas diárias e hoje a cota fica entre 300 a 500 por dia”.
Questionada sobre o assunto, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) afirma que duplicou o orçamento para a distribuição de alimentos e que através do programa Cidade Solidária doa cerca de 5 mil cestas básicas diariamente, além de refeições em algumas comunidades. Porém, com a vertiginosa redução das doações de pessoa física e empresas do setor privado, os centros comunitários relatam que distribuem um sexto do que era distribuído há pouco mais de um ano. Todo esse cenário somado ao aumento nos preços dos alimentos deixou muitas famílias desassistidas, agravando a fome em nosso país.
Fonte: Valor Econômico